Na minha ida a universidade estadual de campinas (Unicamp), conheci a pesquisa sobre o Bambu. Nele há a possibilidade de uso na fabricação de móveis, pisos, ornamentos e construção de casas.
Quem esta a frente das pesquisas é o professor Vicente Guillermo Noriega Moreno, nascido em Quito, vive no Brasil desde o começo dos anos 60. Hoje, aos 73 anos, o pesquisador vinculado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp se dedica a difundir um conceito de moradia muito comum nos países orientais e andinos, mas completamente ignorado no Brasil. A seu ver, a arquitetura brasileira carrega o ônus histórico da colonização européia, e adota metodologias apropriadas a países frios. Se recorresse ao bambu abundante, fala, o País gastaria pouco e garantiria casa para a população inteira. "O custo de uma obra cai pela metade”, diz.
Há centenas de espécies de bambu. Mas uma delas — a guadua, nativa dos Andes, é a mais apropriada para a construção. Na Colômbia e no próprio Equador, diz, ela é usada como matéria-prima de casas, pontes, passarelas e galpões. Além de imóveis confortáveis, termicamente protegidos, o bambu serve para recuperar terrenos degradados. O guadua trançado tem a capacidade de conter taludes. As raízes poderosas são eficientes no reflorestamento ciliar e na recuperação de áreas erodidas.
No Brasil, a maior concentração do guadua está no Acre. A proximidade com o solo vulcânico dos Andes faz com 38% do território do Estado esteja coberto com a espécie. Apesar da fartura, no entanto, o bambu é desprezado. Por aqui, o uso da planta se limita basicamente à fabricação de instrumentos musicais e cestaria. "É mais que tempo de nossos governantes e pesquisadores voltarem a atenção às tribos indígenas, que há séculos exploram a potencialidade do guadua" , fala.
Em Campinas, a espécie é cultivada pelo Instituto Agronômico (IAC). Ali mesmo, ao lado do Quarentenário da Fazenda Santa Elisa, o professor comanda a construção de um quiosque com o bambu guadua, coberto de sapé. Será um ponto de encontro de estudantes que visitarem o IAC. Um dos construtores especializados na arte do bambu, Leandro da Costa Pereira, aprendeu os macetes com Noriega. Ontem, ele usava o material para montar a hélice do cata-vento imenso, na frente do departamento.
Mas o guadua também vai ser atração do Parque Linear do Ribeirão das Pedras, projetado para existir ao redor do Shopping Parque D. Pedro, no Jardim Santa Genebra. No local, será erguida a sede do Instituto Latino-Americano de Artes e Ofícios Ambientais (ILAOA), fundado pelo próprio Noriega em 2003, e que reúne arquitetos e ambientalistas. O projeto, no papel, espera dinheiro para ser executado. Apesar do reconhecimento internacional, no entanto, o professor admite que a alternativa enfrenta oposição no Brasil. Os governantes e a própria indústria, explica, são resistentes à difusão da metodologia simples, barata e renovável de construção.
Para conseguir patrocínio e viajar ao Equador, ele já agendou encontros com secretários municipais de Cooperação Internacional e Meio Ambiente.
Quem esta a frente das pesquisas é o professor Vicente Guillermo Noriega Moreno, nascido em Quito, vive no Brasil desde o começo dos anos 60. Hoje, aos 73 anos, o pesquisador vinculado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp se dedica a difundir um conceito de moradia muito comum nos países orientais e andinos, mas completamente ignorado no Brasil. A seu ver, a arquitetura brasileira carrega o ônus histórico da colonização européia, e adota metodologias apropriadas a países frios. Se recorresse ao bambu abundante, fala, o País gastaria pouco e garantiria casa para a população inteira. "O custo de uma obra cai pela metade”, diz.
Há centenas de espécies de bambu. Mas uma delas — a guadua, nativa dos Andes, é a mais apropriada para a construção. Na Colômbia e no próprio Equador, diz, ela é usada como matéria-prima de casas, pontes, passarelas e galpões. Além de imóveis confortáveis, termicamente protegidos, o bambu serve para recuperar terrenos degradados. O guadua trançado tem a capacidade de conter taludes. As raízes poderosas são eficientes no reflorestamento ciliar e na recuperação de áreas erodidas.
No Brasil, a maior concentração do guadua está no Acre. A proximidade com o solo vulcânico dos Andes faz com 38% do território do Estado esteja coberto com a espécie. Apesar da fartura, no entanto, o bambu é desprezado. Por aqui, o uso da planta se limita basicamente à fabricação de instrumentos musicais e cestaria. "É mais que tempo de nossos governantes e pesquisadores voltarem a atenção às tribos indígenas, que há séculos exploram a potencialidade do guadua" , fala.
Em Campinas, a espécie é cultivada pelo Instituto Agronômico (IAC). Ali mesmo, ao lado do Quarentenário da Fazenda Santa Elisa, o professor comanda a construção de um quiosque com o bambu guadua, coberto de sapé. Será um ponto de encontro de estudantes que visitarem o IAC. Um dos construtores especializados na arte do bambu, Leandro da Costa Pereira, aprendeu os macetes com Noriega. Ontem, ele usava o material para montar a hélice do cata-vento imenso, na frente do departamento.
Mas o guadua também vai ser atração do Parque Linear do Ribeirão das Pedras, projetado para existir ao redor do Shopping Parque D. Pedro, no Jardim Santa Genebra. No local, será erguida a sede do Instituto Latino-Americano de Artes e Ofícios Ambientais (ILAOA), fundado pelo próprio Noriega em 2003, e que reúne arquitetos e ambientalistas. O projeto, no papel, espera dinheiro para ser executado. Apesar do reconhecimento internacional, no entanto, o professor admite que a alternativa enfrenta oposição no Brasil. Os governantes e a própria indústria, explica, são resistentes à difusão da metodologia simples, barata e renovável de construção.
Para conseguir patrocínio e viajar ao Equador, ele já agendou encontros com secretários municipais de Cooperação Internacional e Meio Ambiente.
Dados sobre o Professor Vicente, coletados no Jornal Correio Popular (12/04/2009)
7 comentários:
Sabe,há anos uma amiga minha e colega na escola onde damos aulas,
foi ao Brasil e trouxe-me um "abre
cartas" em madeira.
Lembro-me de ouvir contar q.há certas madeiras protegidas aí.
Ainda bem.
A alternativa do Bambu parece excelente.
Beijo.
isa.
Mas, pergunto a você:
a mega indústria da construção civil vai permitir o uso alternativo proposto pelo professor?
É madeira boa, durável, se permite mil aproveitamentos, com ótimos recursos inclusive decorativos, para tornar as moradias, embora simples, muito agradáveis.
Beleza! Abraço do Oleari.
Oi, Don Oleori
De imediato é impossível!
São poucos, os profissionais da construção civil que decidem usar alternativas sustentáveis, porém, as condições atuais favorecem a busca de novas tecnologias verde.
Somos um país que copia muito o primeiro mundo, e lá já se opta, por exemplo, por piso laminado extraído do Bambu.
O ambientalista tem que ser otimista. No entanto, acredito que logo, logo, estaremos "obrigados" a optarmos por alternativas que menos degrade o meio ambiente. Isso quer dizer... Que teremos legislação ambiental para o cidadão comum. E digo mais... Se nós não começarmos (individualmente) fazer escolhas conscientes, estaremos contribuindo para o fim do nosso planeta.
Obrigada pelo comentário.
Abraço,
Nice.
Oi, Isa.
Há muitas madeiras de leis protegidas aqui, o problema esta na obediência do povo. O desmatamento a cada ano cresce alarmantemente, mas nos últimos meses a legislação tem acirrado o fecho e contido (um pouco) os tais infratores. Atualmente, o ministro de meio ambiente tem trabalhado para aumentar a fiscalização, onde não há moleza para os são pegos. Mesmo porque, no mês de fevereiro veio ao Brasil, o Príncipe Charles. Sua visita foi exatamente propor a ajudar com a preservação da Amazônia, o que nos coloca em uma posição de responsáveis a cultivar ainda mais, já que existem outros lideres investindo na consolidação da mata amazônica.
Beijos,
Nice.
Wow so wonderful
Hoje é um dia importante para todos.DIA MUNDIAL DA TERRA.
Só um??
Enfim,seja como fôr lembrei-me de si,pelo seu trabalho e empenhamento.
Beijo.
isa.
Que interessante! Torço para que a idéia se difunda e que outros grupos, ambientalistas, cientistas, políticos se unam ao projeto. Bom saber.
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