domingo, 4 de julho de 2010

Petróleo


Os derivados de petróleo constituem parcela importante da geração de energia, em especial no setor de transportes. O refino de petróleo produz uma séria de insumos para a indústria química e petroquímica e diversos combustíveis líquidos: diesel, GLP, gasolina, querosene, óleo combustível e nafta.

No caso brasileiro, há importante participação do álcool (etanol), um combustível renovável obtido a partir da cana-de-açúcar como substituto da gasolina. Há esforços governamentais para promover a substituição de diesel por biodiesel, mas o custo dos óleos vegetais (que constituem 60% do custo de produção do biodiesel) é uma importante barreira à consecução desse objetivo.

Internacionalmente, a dependência por combustíveis derivados de petróleo é ainda maior, e existe uma tendência, com os recentes aumentos do barril de petróleo, a se viabilizarem alternativas que podem ser também de origem fóssil, tendo em vista as extensas reservas mundiais de carvão e gás natural. Outras alternativas são a energia nuclear e os combustíveis renováveis - que, para serem efetivamente sustentáveis, devem utilizar práticas ambientalmente corretas em todo o ciclo produtivo, evitando impactos negativos sobre a biodiversidade e problemas sociais advindos da concentração de terras e de renda.



Segundo o PNE 2030, em 2004 o setor de transportes era responsável por 61% da demanda nacional de combustíveis líquidos, e por 78% do consumo de diesel. O setor agropecuário responde por 14% da demanda de diesel. Somados, os dois setores consomem 92% da oferta nacional de diesel.

O óleo combustível é utilizado principalmente pelo setor industrial, em caldeiras - mas há alguma tendência à sua substituição, seja por gás natural ou por recursos renováveis como o bagaço, resíduo da agroindústria sucroalcooleira.

Entre as décadas de 1940 e 1970, a participação de lenha na matriz energética brasileira era considerável, mas se reduziu gradativamente com a expansão do uso do petróleo e da construção de grandes hidroelétricas.

Na década de 1970, o Brasil chegou a depender excessivamente de petróleo importado, pois nossas reservas provadas, em 1974, eram de apenas 0,75 bilhões de barris. Em 2004, esse número cresceu para 11,2 bilhões de barris, o que corresponde a 1% das reservas mundiais de óleo cru. Quase todo esse volume está localizado em campos off-shore, em áreas da Bacia de Campos (RJ) e do Espírito Santo. Prospecções recentes indicam também grandes reservas na Bacia de Santos, mas em profundidades que devem encarecer a futura exploração.

Quanto aos aspectos ambientais, é a participação do petróleo na geração de energia - seja para eletricidade ou para uso veicular - uma das principais responsáveis pelo efeito estufa, pela emissão de CO2 de origem fóssil, constituindo um impacto global que causa grande preocupação internacional. A substituição de combustíveis fósseis e reduções comprovadas de CO2 e de outros gases de efeito estufa permitem a obtenção de créditos de carbono pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) no âmbito do Protocolo de Kyoto.

Outras medidas importantes são o aumento de eficiência dos motores e equipamentos, e principalmente o não-uso, onde investimentos e políticas públicas em transporte coletivo urbano permitiriam a redução do uso de transporte individual de passageiros.

Incentivos ao transporte ferroviário interestadual permitiriam reduzir a dependência excessiva do transporte de cargas em caminhões a diesel de consumo elevado, tendo em consideração a extensão territorial brasileira.

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